Nota da Coordenação de Políticas para a Diversidade Sexual sobre Casamento Civil Igualitário nos Cartórios de São Paulo
0Contra o ódio e a violência
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Fonte: site do senador Paulo Paim
O senador Paulo Paim (PT/RS) recebeu nesta terça-feira, dia 18, no Cafezinho do Senado, a visita do presidente da Associação Brasileira LGBT, jornalista Carlos Magno, do diretor-executivo do Grupo Dignidade, Toni Reis, e de Edvaldo Amorim – integrante do Grupo Elos/LGBT do DF.
Paim está convencido da necessidade de uma campanha nacional contra todo e qualquer tipo de violência e ódio. “Todos nós, independentemente da nossa cultura, escolhas religiosas e orientação sexual somos contra a homofobia. E isso, no meu entendimento, é um dos princípios dos Direitos Humanos”.
Na semana que vem, o senador gaúcho irá receber representantes das religiões para também debater o tema. “A nossa função como relator do PL 122 é ouvir a todos, buscando construir um texto que combata a homofobia, o ódio e a violência”, disse.
Jean Wyllys recebe nova diretoria da ABGLT
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Fonte: Site do deputado Jean Wyllys
O novo presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, (ABGLT) Carlos Magno, esteve, na tarde dessa terça-feira, 19, no gabinete do deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), coordenador da Frente Mista pela Cidadania LGBT na Cãmara dos Deputados. O encontro teve como objetivo a apresentação da nova diretoria da associação, bem como a rearticulação das pautas do movimento, já tocadas pelo mandato e a Frente LGBT.
O presidente da ABGLT elogiou o trabalho do deputado no Congresso e manifestou a vontade da nova gestão de trabalhar de forma mais articulada com a Frente e o mandato. Segundo Magno, a falta de diálogo do ano passado, que acabou causando atropelos como a construção de uma audiência pública no Senado no mesmo dia do Seminário Nacional LGBT na Câmara, foi um prejuízo tanto para o movimento quanto para a comunidade LGBT.
Wyllys reiterou que tanto a Frente quanto o seu mandato estão abertos para a contribuição da associação, lembrando que o convite para um trabalho articulado em prol da comunidade foi feito no início de sua gestão para a diretoria anterior. Segundo o deputado, avanços pela cidadania LGBT só serão alcançados quando o movimento aprender o real significado de solidariedade e colocar as diferenças ideológicas e partidárias de lado para que os objetivos comuns fiquem acima de qualquer questão.
Durante o encontro, que também contou com a participação do secretário de Educação da Associação, Toni Reis, e do Coordenador da ABGLT no Distrito Federal, Evaldo Amorim, o casamento civil igualitário, a aprovação da lei de identidade de gênero e a criminalização da homofobia foram acordadas como as principais reivindicações do movimento LGBT. A Marcha contra a Homofobia, que acontece anualmente no dia 17 de maio, o Seminário Nacional LGBT do Congresso Nacional, e outros encontros propostos pela associação também foram pauta da reunião.
Casamento Civil Igualitário entrará em vigor no dia 1º de março
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Fonte: Arquivo Mais
Mário Grego e Edson Perrone oficializaram há um ano o primeiro casamento civil entre pessoas do mesmo sexo em São Paulo.
SÃO PAULO – O casamento civil entre pessoas do mesmo sexo passará a valer no Estado de São Paulo a partir de 1º de março, segundo informações do TJ (Tribunal de Justiça). No ano passado, esse mesmo órgão tinha programado para o dia 18 de fevereiro a autorização para que os casais formalizassem suas uniões perante a Justiça. O período seria, na primeira opinião do TJ, suficiente para que todos os cartórios se habilitassem a executar o casamento.
No entanto, a Corregedoria de Justiça alterou os planos e prorrogou para mais duas semanas a data de início para a execução dos casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo. De acordo com informações do Gay1 e Mix Brasil, o TJ recebeu sugestões para aperfeiçoar a Lei e garantir que os cartórios passem a cumpri-la.
A partir da análise de sugestões de advogados, tabeliões e juízes, a Corregedoria de Justiça compilou quatro provimentos sobre o casamento igualitário. Esses provimentos detalham como os cartórios deverão tratar casais do mesmo sexo e também, segundo os sites, “tornarão ainda mais clara a obrigação de que todos os cartórios deverão registrar as uniões”.
O casamento igualitário no mundo
O casamento entre pessoas do mesmo sexo foi legalizado em dez países, entre eles Argentina e Espanha. Abaixo, o estado mundial da legislação sobre casamento igualitário:
– Brasil: Aprovada a união homoafetiva pelo Supremo Tribunal Federal, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais vem conquistando no poder judiciário permissões para converter as uniões em casamento e a adoção.
– Argentina: No dia 15 de julho de 2010, a Argentina se tornou o primeiro país da América Latina a autorizar o casamento igualitário. Casais do mesmo sexo têm os mesmos direitos que os de sexo oposto e podem adotar crianças.
– Holanda: Após criar em 1998 uma união civil aberta para LGBTs, a Holanda foi, em abril de 2001, o primeiro país que autorizou o casamento entre pessoas do mesmo sexo. As obrigações e os direitos dos cônjuges são idênticos aos dos heterossexuais, entre eles a adoção.
– Bélgica: O casamento igualitário foi legalizado em junho de 2003. Casais do mesmo sexo têm os mesmos direitos que os casais de sexo oposto. Em 2006, obtiveram o direito de adoção.
– Espanha: O governo socialista de José Luis Rodríguez Zapatero legalizou em julho de 2005 o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Estes casais, casados ou não, também têm a possibilidade de adotar.
– Canadá: A lei sobre o casamento igualitário e o direito de adoção entrou em vigor em julho de 2005. Anteriormente, a maioria das províncias canadenses já autorizava a união entre pessoas do mesmo sexo.
– África do Sul: Em novembro de 2006, o país se tornou o primeiro do continente africano a legalizar a união entre duas pessoas do mesmo sexo por ‘casamento’ ou ‘união civil’.
– Noruega: Uma lei de janeiro de 2009 estabeleceu a igualdade de direitos entre todas as pessoas do país, incluindo o casamento, a adoção e a fertilização assistida.
– Suécia: Pioneira em matéria de direito à adoção, desde maio de 2009 a Suécia permite o casamento, inclusive o religioso, de pessoas do mesmo sexo. Desde 1995, os casais já eram autorizados a realizar a ‘união civil’.
– Portugal: Uma lei que entrou em vigor em junho de 2010 modificou a definição de casamento ao suprimir a referência ‘de sexo diferente’. Mas exclui o direito à adoção.
– Islândia: A lei que autoriza o casamento igualitário vigora no país desde junho de 2010. Até então, LGBTs podiam se unir legalmente, mas a união não era um verdadeiro casamento. A adoção passou a ser autorizada em 2006.
Em outros países, como Estados Unidos e México, o sistema federal faz com que o casamento entre pessoas do mesmo sexo esteja autorizado em parte do território. Este é o caso do distrito federal do México e dos estados americanos de Iowa, Connecticut, Massachussetts, Vermont, New Hampshire e da capital Washington.
Outros países adotaram legislações com relação à união civil, que concedem direitos mais ou menos amplos para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (adoção, filiação), em particular a Dinamarca, que abriu caminho em 1989 ao criar a ‘união registrada’, a França ao instaurar o Pacto Civil de Solidariedade (PACS) em 1999, a Alemanha (2001), Finlândia (2002), Nova Zelândia (2004), Reino Unido (2005), República Tcheca (2006), Suíça (2007), Irlanda (2011), Colômbia e Uruguai.
No Uruguai e na Colômbia, projetos de lei foram enviados ao poder legislativo, mas os Parlamentos dos dois países ainda não os aprovaram.
FONTE : Gay1 e MixBrasil
IMAGEM: Brasil Photo Press
Casal homossexual pode adotar filhos um do outro
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A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, especializada em Direito Privado, garantiu que pode haver adoção unilateral, dentro de uma união homoafetiva, do filho de um dos membros do casal pelo outro parceiro. O caso em questão se refere a um casal de mulheres, em que uma delas teve uma filha, fruto de inseminação artificial, e cuja companheira poderá compartilhar a condição de mãe no registro da criança.
Em primeira instância, a mulher que pretendia adotar a filha gerada pela companheira, obteve sentença favorável para adoção no Tribunal de Justiça de São Paulo. O Ministério Público recorreu, mas a Corte Paulista manteve a sentença por considerar que, para o Estatuto da Criança e do Adolescente, a adoção é vantajosa para a criança e permite o exercício digno dos direitos e deveres decorrentes da instituição familiar. No recurso junto ao STJ, o Ministério Público sustentou que seria juridicamente impossível a adoção de criança ou adolescente por duas pessoas do mesmo sexo.
De acordo com a relatora, ministra Nancy Andrighi, a inseminação artificial, feita por doador desconhecido, foi fruto de planejamento das duas companheiras que já viviam em regime de união estável. A ministra recusou o argumento de que seria constrangedor para a filha apresentar os documentos, com a inusitada condição de filha de duas mulheres, e entendeu que o nascimento da criança ocorreu por meio de acordo mútuo entre o casal.
Fonte: Site do Superior Tribunal de Justiça
4 mitos sobre filhos de pais gays
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Fonte: Super Interessante
O gays lutaram e conquistaram direitos iguais no casamento. O próximo passo é pensar em família e filhos. Mas o que acontece com crianças que são criadas por gays? A resposta: algumas coisas – mas nenhuma daquelas que você imaginava
por Carol Castro
Começo de ano é sempre igual na escola de Theodora: cada aluno se apresenta e mostra as fotos da família. Pode ser que a menina da primeira carteira seja filha de um engenheiro e uma arquiteta e o pai do menino de cabelos vermelhos chefie a cozinha de um restaurante. Theodora, naturalmente, vai contar sobre a escola de cabeleireiros dos pais. Dos dois pais – Vasco Pedro da Gama e Júnior de Carvalho, juntos há quase 20 anos. Theodora não hesita em explicar para os colegas: não mora com a mãe e tem dois pais gays. Ela passou 4 anos num orfanato, até 2006, quando uma juíza de Catanduva, interior de São Paulo, autorizou a adoção. Nos próximos meses, a família vai crescer: o casal espera a guarda de uma nova menina, de apenas alguns meses de idade.
Na outra metade do mundo, a história com pais gays da americana Dawn Stefanowicz foi diferente. Por toda a vida, Dawn conviveu com a visita dos vários namorados do pai. Ele recebia homens em casa, embora ainda morasse com a mãe de Dawn- o casal já não se relacionava. Ela segurou as pontas em silêncio durante a infância, adolescência e início da fase adulta. Mas depois dos 30 se rebelou contra a situação. “A decisão do meu pai de não gostar mais de mulheres mudou minha vida. Os namorados dele sempre o afastaram, e ele colocava o trabalho e os namorados acima de mim”, diz.
Dawn e Theodora fazem parte de um novo tipo de família. Somente nos EUA, segundo estimativa da Escola de Direito da Universidade da Califórnia, 1 milhão de lésbicas, gays, bissexuais e transexuais criam atualmente cerca de 2 milhões de crianças. E cada vez mais casais gays optam por criar seus próprios filhos. Segundo o mesmo instituto, em 2009, 21.740 casais homossexuais adotaram crianças – quase o triplo do número de 2000. A estimativa é que cerca de 14 milhões de crianças, em todo o mundo, convivam com um dos pais gays. Por aqui, onde mais de 60 mil casais gays vivem numa união estável (reconhecida perante a lei apenas no ano passado), a história é mais recente. O caso de Theodora foi a primeira adoção por um casal gay. E isso não faz tanto tempo assim – só 6 anos.
É justamente por ser tão recente que o assunto gera dúvidas, preconceitos e medos. Quais as consequências na personalidade de uma criança se ela for criada por gays? A resposta dos estudos é bem clara: perto de zero. “As pesquisas mostram que a orientação sexual dos pais parece ter muito pouco a ver com com o desenvolvimento da criança ou com as habilidades de ser pai. Filhos de mães lésbicas ou pais gays se desenvolvem da mesma maneira que crianças de pais heterossexuais”, explica Charlotte Patterson, professora de psiquiatria da Universidade da Virginia e uma das principais pesquisadoras sobre o tema há mais de 20 anos.
Como, então, explicar as queixas de Dawn e a vida tranquila de Theodora? “O desenvolvimento da criança não depende do tipo de família, mas do vínculo que esses pais e mães vão estabelecer entre eles e a criança. Afeto, carinho, regras: essas coisas são mais importantes para uma criança crescer saudável do que a orientação sexual dos pais”, diz Mariana Farias, psicóloga e autora do livro Adoção por Homossexuais – A Família Homoparental Sob o Olhar da Psicologia Jurídica. Enquanto Theodora mantém uma relação próxima dos pais, com conversas abertas sobre sexualidade, Dawn não teve a mesma sorte. Para piorar, ela cresceu em um ambiente ríspido e promíscuo (o pai levava diferentes homens para casa e não lhe deu atenção durante os anos mais importantes de sua formação). Mesmo assim, sobram mitos em torno da criação de filhos por pais e mães gays. Veja aqui o que a ciência tem a dizer sobre eles.
Mito 1. “Os filhos serão gays!”
A lógica parece simples. Pais e mães gays só poderão ter filhos gays, afinal, eles vão crescer em um ambiente em que o padrão é o relacionamento homossexual, certo? Não necessariamente. (Se fosse assim, seria difícil, por exemplo, explicar como filhos gays podem nascer de casais héteros.) Um estudo da Universidade Cambridge comparou filhos de mães lésbicas com filhos de mães héteros e não encontrou nenhuma diferença significativa entre os dois grupos quanto à identificação como gays. Mas isso não quer dizer que não existam algumas diferenças. As famílias homoparentais vivem num ambiente mais aberto à diversidade – e, por consequência, muito mais tolerante caso algum filho queira sair do armário ou ter experiências homossexuais. “Se você cresce com dois pais do mesmo sexo e vê amor e carinho entre eles, você não vê nada de estranho nisso”, conta Arlene Lev, professora da Universidade de Albany. Mas a influência para por aí. O National Longitudinal Lesbian Family Study é uma pesquisa que analisou 84 famílias com duas mães e as comparou a um grupo semelhante de héteros. Ainda entre as meninas de famílias gays, 15,4% já experimentaram sexo com outras garotas, contra 5% das outras. Já entre meninos, houve uma tendência contrária: 5,6% nos adolescentes criados por mães lésbicas tiveram experiências sexuais com parceiros do mesmo sexo – mas menos do que os que cresceram em famílias de héteros, que chegaram a 6,6%. Ou seja, não dá para afirmar que a orientação sexual dos pais tenha o poder de definir a dos filhos.
Mito 2. “Eles precisam da figura de um pai e de uma mãe”
Filhos de gays não são os únicos que crescem sem um dos pais. Durante a 2ª Guerra Mundial, estima-se que 183 mil crianças americanas perderam os pais. No Brasil, 17,4% das famílias são formadas por mulheres solteiras com filhos. Na verdade, os papéis masculino e feminino continuam presentes como referência mesmo que não seja nos pais. “É importante que a criança tenha contato com os dois sexos. Mas pode ser alguém significativo à criança, como uma avó. Ela vai escolher essa referência, mesmo que inconsciente-mente”, explica Mariana Farias. Se há uma diferença, ela é positiva. “Crianças criadas por gays são menos influenciadas por brincadeiras estereotipadas como masculinas ou femininas”, diz Arlene Lev. Uma pesquisa feita com 56 crianças de gays e 48 filhos de héteros apontou a maior probabilidade de meninas brincarem com armas ou caminhões. Brincam sem as amarras dos estereótipos e dos preconceitos.
Mito 3. “As crianças terão problemas psicológicos por causa do preconceito!”
Elas sofrerão preconceito. Mas não serão as únicas. No ambiente infantil, qualquer diferença – peso, altura, cor da pele – pode virar alvo de piadas. Não é certo, mas é comum. Uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas com quase 19 mil pessoas mostrou que 99,3% dos estudantes brasileiros têm algum tipo de preconceito. Entre as ações de bullying, a maioria atinge alunos negros e pobres. Em seguida vêm os preconceitos contra homossexuais. No caso dos filhos de casais gays analisados pelo National Longitudinal Lesbian Family Study, quase metade relatou discriminação por causa da sexualidade das mães. Por vezes, foram excluídos de atividades ou ridicularizados. Vinte e oito por cento dos relatos envolviam colegas de classe, 22% incluíam professores e outros 21% vinham dos próprios familiares. Felizmente, isso não é sentença para uma vida infeliz. Pesquisas que comparam filhos de gays com filhos de héteros mostram que os dois grupos registram níveis semelhantes de autoestima, de relações com a vida e com as perspectivas para o futuro. Da mesma forma, os índices de depressão entre pessoas criadas por gays e por héteros não é diferente.
Mito 4. “Essas crianças correm risco de sofrer abusos sexuais!”
Esse mito é resquício da época em que a homossexualidade era considerada um distúrbio. Desde o século 19 até o início da década de 1970, os gays eram vistos como pervertidos, portadores de uma anomalia mental transmitida geneticamente. Foi só em 1973 que a Associação de Psiquiatria Americana retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais. É pouquíssimo tempo para a história. O estigma de perversão, sustentado também por líderes religiosos, mantém a crença sobre o “perigo” que as crianças correm quando criadas por gays. Até hoje, as pesquisas ainda não encontraram nenhuma relação entre homossexualidade e abusos sexuais. Nenhum dos adolescentes do National Longitudinal Lesbian Family Study reportou abuso sexual ou físico. Outra pesquisa, realizada por três pediatras americanas, avaliou o caso de 269 crianças abusadas sexualmente. Apenas dois agressores eram homossexuais. A Associação de Psiquiatria Americana ainda esclarece: “Homens homossexuais não tendem a abusar mais sexualmente de crianças do que homens heterossexuais”.
Dá para adotar no Brasil?
A lei de adoção brasileira deixa brechas para a adoção por gays sem fazer referência direta a esse tipo de família. Em 2009, quando houve mudanças na legislação, casais com união estável comprovada puderam entrar com pedido de adoção conjunta, sem o casamento civil. Em maio de 2011, o Supremo Tribunal Federal (STF) garantiu o reconhecimento de união estável entre pessoas do mesmo sexo, fazendo valer também a eles os direitos previstos para casais héteros. Apesar das conquistas, uma pesquisa do Ibope revelou que 55% dos brasileiros são contra a união estável e a adoção de crianças por casais homossexuais.
Para saber mais
Adoção por Homossexuais – A Família Homoparental sob o Olhar da Psicologia Jurídica
Mariana de Oliveira Farias e Ana Cláudia Bortolozzi, Juruá, 2009.
Travestis e Transexuais de Piracicaba discutem mercado de trabalho
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Fonte: Arquivo Mais
Prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato , e a presidenta da Glitter, Carol Venturine.
PIRACICABA/SP – A ONG Glitter e o Programa Municipal DST/AIDS irão promover na terça-feira, 29/01, o 2º Encontro Regional de Travestis e Transexuais de Piracicaba com o tema “Emprego com Respeito e Dignidade”. O evento terá por objetivo discutir o conceito de discriminação resultante da condição sexual do indivíduo no mercado de trabalho e as medidas que poderão resultar em benefícios por intermédio das atividades do Poder Legislativo e do Poder Executivo (municipal e estadual).
O tema escolhido – abordado inicialmente há um ano durante a realização do primeiro encontro regional – marcará as ações de organizações não governamentais de defesa e promoção dos direitos humanos de travestis e transexuais e de órgãos públicos municipais pelo Dia Nacional de Visibilidade Trans (29/01). A data é celebrada no país desde 2004 em referência ao lançamento da primeira campanha do Programa Nacional de DST/AIS desenvolvida especificamente à comunidade trans.
De acordo com a presidenta da ONG Glitter, Carol Venturine, o 2º Encontro Regional irá propor uma análise em relação ao conceito de discriminação, que, segundo ela, é geralmente vivenciada pelas travestis e transexuais, além de discutir medidas que poderão ser apresentadas na forma de Indicações, de Projetos de Lei, Projetos de Lei Complementar e Requerimentos aos poderes legislativo e executivo do município e do Estado, conforme sugerido há um ano em evento similar no município.
“Infelizmente poucos são os empregadores no país que compreendem o conceito de discriminação como descrito nas convenções da OIT (Organização Internacional do Trabalho). Segundo a organização, o ato de discriminar está relacionado a qualquer distinção, exclusão ou preferência fundamentada em opinião política, raça, cor, sexo e religião que tenha por efeito destruir ou simplesmente alterar a igualdade de oportunidades ou de tratamento em matéria de emprego”, disse.
Carol Venturine explicou ainda que é preciso saber identificar a “discriminação indireta” praticada pelo mercado de trabalho. Para ela, isso ocorre quando travestis e transexuais procuram por uma oportunidade e, claramente, são tratadas de maneira idêntica pelo recrutador. “Somos convidadas a sentar e até nos oferecem água e café. Porém, na hora de decisão final, somos excluídas do processo mesmo que tenhamos apresentado um melhor desempenho na entrevista”, finalizou.
Convidados
Além de Carol Venturine, o 2º Encontro Regional contará com a participação da presidenta da ANTRA (Articulação Nacional de Travestis e Transexuais), Cris Stefanny, da coordenadora de Políticas para a Diversidade Sexual (Secretaria de Estado da Justiça e Defesa da Cidadania), Heloisa Gama Alves, do prefeito de Piracicaba, Gabriel Ferrato (PSDB), e dos secretários municipais de Emprego e Renda, Sérgio Furtuoso, de Turismo, Rosemeire Massarutto, e da Ação Cultural, Rosângela Camolese.
SERVIÇO
II Encontro Regional de Travestis e Transexuais de Piracicaba
“Emprego com Respeito e Dignidade”
Local: Engenho Central / Barracão Henfil
Av. Dr. Maurice Allain, 454
Vila Rezende – Piracicaba/SP
Data: 29/01/2013
Horário: 19h30
Informações: 19.9142 8562 – 19.8341 5698
Entrada Franca
Dia Nacional da Visibilidade Trans será comemorado com desfile em Campinas
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Fonte: Arquivo Mais
Consultora do evento e modelo trans Paula Ferreira, em Campinas.
CAMPINAS/SP – A Coordenadoria de Travestis e Transexuais do Identidade – Grupo de Luta pela Diversidade Sexual – e o Projeto Arquivo Mais irão realizar na terça-feira, 29/01, a primeira edição do “Desfile Moda Vintage: Porque ser Diferente é Tudo!”. O evento, promovido em parceria com a Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria da Cultura e o Programa Municipal de DST/AIDS, marcará o início das atividades político-culturais em nível municipal da comunidade LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros) e o Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transexuais.
O Desfile Moda Vintage ocupará as plataformas de embarque/desembarque da Estação Cultura – antiga estação ferroviária central do município – com a apresentação do trabalho desenvolvido por profissionais de moda (modelos e estilistas) integrados a ONGs (organizações não governamentais) e aos movimentos sociais em defesa e em promoção dos direitos humanos de travestis e transexuais de Campinas. A expectativa é que o evento reúna cerca de 80 profissionais entre organizadores, modelos, estilistas, figurinistas, decoradores, cabeleireiros e maquiadores.
O evento será dividido em três blocos – cada um deles com 20 modelos – que irão retratar aos convidados um pouco do estilo vintage, “marcado pela utilização de peças do passado com cara de atual”. Para a consultora do evento e modelo transexual Paula Ferreira, o estilo vintage é uma opção para quem deseja ter vestimentas únicas e exclusivas de baixo custo, pois possuem preços inferiores aos praticados nas butiques e nas lojas de departamento. “Muitas das peças são feitas em combinações de tecidos que não existem mais, além de possuírem cortes que não são tão comuns”, disse.
Os modelos – homens e mulheres trans e profissionais especialmente convidados para o desfile – irão utilizar roupas cedidas por brechós e por lojas ponta de estoque do município. “As roupas, bem como os adereços que serão utilizados pelos modelos, são resultado de uma parceria promovida pela Coordenadoria de Travestis e Transexuais do Identidade e do Projeto Arquivo Mais com o comércio local. Esta é a forma que encontramos para divulgar nossas atividades no município, que, em sua maioria, têm por finalidade promover o fim do preconceito”, finalizou Paula Ferreira.
Os convites para o “Desfile Moda Vintage: Porque ser Diferente é Tudo!” são gratuitos e terão de ser retirados no local do evento com uma hora de antecedência. O evento também conta com o apoio das ONGs Vadias e Juntos.
Protocolo Cultural
O evento também contará com apresentações artísticas entre os intervalos do “Desfile Moda Vintage: Porque ser Diferente é Tudo!”. Com apresentação de Thuanny Camp, o público poderá prestigiar gratuitamente o trabalho de Bombom, Jaqueline Fiorutti, Marcela Volpy e Paula Velaskes, que têm estilos inconfundíveis de dublagem de artistas nacionais, e da ativista social Janaína Lima.
Preconceito
O Desfile Moda Vintage foi organizado para celebrar em nível municipal o Dia Nacional da Visibilidade de Travestis e Transgêneros. A data, que é comemorada desde 2004 no Brasil, foi instituída como referência ao lançamento da primeira campanha de cidadania feita pelo Programa Nacional de DST/AIDS do Ministério da Saúde especificamente para travestis e transexuais, que também teve a intenção de sensibilizar educadores e profissionais de saúde e motivar a comunidade LGBT à prevenção e à autoestima.
Para uma das responsáveis pelo evento, Denise Martins, do Identidade, a data deve ser lembrada como “referência às atividades permanentes de luta contra o preconceito e, ainda, de melhoria da condição de vida das travestis e transexuais”. “A data é celebrada no dia 29/01, mas nosso trabalho por respeito e dignidade são constantes aqui em Campinas. Há avanços importantes em relação à cidadania e aos direitos da comunidade LGBT, mas estamos atentas às transformações sociais”, complementou.
SERVIÇO
“Desfile Moda Vintage: Porque ser Diferente é Tudo!”
Local: Estação Cultura Prefeito Antonio da Costa Santos
Praça Marechal Floriano Peixoto, s/nº
Centro – Campinas/SP
Data: 29/01/2013
Horário: 19h
Contato: Márcio Henrique Cristino
19.9611 2227 | 19.9320 0850
Entrada Franca