30/09/2012 – 16h40
Fonte: operamundi | Fillipe Mauro | Redação

Para o democrata Jerry Brown, as chamadas “terapias de conversão” agora podem ser “jogadas na lata do lixo dos farsantes”

A Califórnia tornou-se nesta sábado (29/09) o primeiro estados dos EUA a proibir tanto a publicidade quanto a prática de terapias contra a homossexualidade em crianças e adolescentes. A lei formulada pelo senador estadual Ted Lieu proíbe que quaisquer especialistas em saúde mental “assumam o compromisso de alterar orientações sexuais”.

Em um comunicado endereçado ao jornal The San Francisco Chronicle, o governador da Califórnia, Jerry Brown, alegou que “essa lei proíbe terapias sem base científica que têm levado jovens à depressão e ao suicídio”. Na visão do democrata, “essas práticas não possuem fundamentação na medicina e agora devem ser jogadas na lata do lixo dos farsantes”.

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Terapias que prometem uma cura para a homossexualidade tem sido denunciadas pela maior parte dos psiquiatras norte-americanos. No entender da Associação de Psiquiatria dos EUA, a chamada “terapia de conversão” é antiética.

No início deste ano, Alan Chambers, membro de um dos principais grupos do movimento “ex-gay”  denunciou a teoria de que a orientação sexual de uma pessoas poderia ser modificada por meio de terapia. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, ele ressaltou que “não há cura para a homossexualidade”.

A decisão do governo da Califórnia foi recebida positivamente por defensores dos direitos da comunidade LGBT. Kate Kendell, diretora executiva do Centro Nacional para os Direitos das Lésbicas disse em nota que “o governador Brown enviou uma mensagem poderosa e afirmativa de apoio à juventude LGBT e às suas famílias”. Para a ativista, “essa lei vai assegurar que terapeutas licensiados pelo estado não abusem mais de seus poderes para prejudicar a juventude da comunidade LGBT e propagar a perigosa e fatal mentira de que a orientação sexual é uma doença ou uma síndrome que pode ser curada”.