Ativistas organizam novo protesto contra homofobia de chanceler do Mackenzie
Na próxima quinta-feira (17) os ativistas do grupo Ato Anti-Homofobia, que reúne militantes independentes em um grupo do Facebook, vai realizar um novo protesto na Universidade Presbiteriana Mackenzie. A instituição, na pessoa do chanceler Augustus Nicodemus, voltou a defender o direito de criticar “estilos de vida” que não condizem que a “condição cristã de vida”.
A Carta de Princípios 2011 será lida às 10h no auditório da instituição. Por conta disso, os ativistas estão convocando as pessoas a comparecerem ao ato da leitura para se manifestarem publicamente contra certos princípios propostos por Nicodemus que, na visão dos militantes, são homofóbicos.
Vale lembrar que esta é a segunda vez que a Universidade Mackenzie se envolve em polêmica. No ano passado, o chanceler Augustus Nicodemus publicou um artigo no site da universidade criticando o PLC 122, que visa criminalizar a homofobia, exigindo para si o direito de criticar a comunidade LGBT.
Na ocasião, cerca de 700 pessoas se reuniram na porta do Mackenzie e protestaram contra o Chanceler. O ato, que fez com que a rua da universidade fosse fechada, terminou na avenida Paulista em frente ao número 777, onde jovens foram agredidos com lâmpadas fluorescentes em novembro do ano passado.
Serviço:
Ato contra a Carta de Princípios da Universidade Presbiteriana Mackenzie
Quando: 17/03, quinta-feira
Onde: Universidade Mackenzie – Auditório João Calvino – Rua da Consolação, 930
Horário: 10h
Fonte: Acapa
Vc, escritor da matéria, insiste num erro que vem sido cometido quanto ao manifesto. Ele não pertence ao Augustus Nicodemus, mas à Igreja Presbiteriana do Brasil, na pessoa de seu presidente, Rev. Roberto Brasileiro. O Dr. Augustus, como voz da IPB no Mackenzie, postou o texto não só por concordar com ele, mas como parte de suas obrigações de manifestar a confissão da universidade em questão e de sua mantendedora, a IPB.
Outro erro está em: “exigindo para si o direito de criticar a comunidade LGBT”. Ora, ninguém precisa exigir esse direito, isso já está garantido por lei. Do mesmo modo que você o chama de homofóbico, só porque ele acha errado o homossexualismo, exigindo para si, o direito de criticar a comunidade protestante, que pensa assim há séculos, com base num texto que lhe é sagrado e imutável e, por isso, não haverá mudança de opinião por parte dos protestantes que forem fieis à Bíblia.
Interessantemente, ninguém da comunidade LGBT publica a parte da opinião protestante que considera todo homossexual, assim como todo ser humano, digno de plenos direitos a vida, a seu lugar na sociedade, a ser respeitado, a ter acesso ao emprego (tanto que no Mackenzie há homossexuais trabalhando) e que sua opção sexual não o torna melhor ou pior que os outros, mas apenas alguém, na opinião teológica, que comete um determinado pecado, como mentir, roubar, adulterar, desobedecer aos pais, idolatria, enfim.
O que os protestantes entendem é que não podemos aceitar como certo nenhuma dessas coisas e não há o que vocês possam fazer para mudar isso, a não ser entender que estamos expressando nossa opinião quanto ao ato e não quanto à pessoa como um todo. Vamos lutar contra a mentira, contra os pecados sexuais, contra o roubo, a corrupção, inclusive aquela que está dentro de nós os protestantes.
Não nos vemos como melhores, pelo contrário, todo protestante que conhece sua doutrina se vê como um pecador igual a todos os outros. Por isso, quando falamos não ao homossexualismo, não estamos falando um não à pessoa; a esta, falamos da graça de Deus. Eu mesmo, como pastor, já aconselhei diversos homossexuais e todos voltaram diversas vezes ao meu gabinete para continuar a conversa e todos são meus amigos e entendem o fato de eu não aprovar o homossexualismo. Estes comprovaram na prática que discordar não é ser homofóbico. Aliás, devo dizer que vocês é que são gnomofóbicos, isto é, tem pavor de opinião.
É digno de nota que nenhum protestante sério, como é o Augustus Nicodemus, defende violência, desrespeito e maus tratos ao ser humano devido às suas convicções – a não ser a assassinos convictos. Como protestantes, defenderemos até a morte o direito do homossexual de ser, de ter e de opinar, ao mesmo tempo que defenderemos até a morte nosso direito de ser, ter e opinar.
Façam o protesto, é direito de vocês – desde que não desrespeitem a casa dos outros -, só espero que não seja o mesmo fiasco que foi o último. Mas lembrem-se: vocês estarão dizendo à sociedade que ela não tem direito a ter uma opinião contrária a de vocês. A luta de vocês tem de ser contra a violência, contra os que lhes tiram as chances por serem homossexuais, não contra os que simplesmente são adversos a uma das várias características de um homossexual, no caso sua sexualidade. Vocês são muito mais do que isso: são filhos, irmãos, amigos, tios, primos, profissionais, cidadãos; é assim que os vemos, como pessoas que são muito mais do que só homossexuais, mas vocês querem se resumir a isso e transformarem a opinião dos outros em uma questão de vida ou morte, como se não houvesse muito mais em vocês a ser mostrado.
Para mim, acho digno de cadeia e muito mais aqueles que os atacam por serem homossexuais. Acho digno de demissão quem não os respeita e por ai vai, mas acho digno de vexame da parte dos homossexuais tirarem o direito de pessoas que defendem seu ponto de vista com respeito, sinceridade, profundidade e fundamentação. Vocês podem até discordar de nossa opinião, mas querer dizer que não posso tê-la! Isso não é luta pelos seus direitos, é vingança! E o pior, vingança contra muitos que nunca fizeram o mesmo contra vocês.