STF reconhece direito a pensão por morte de companheiro
Ninguém pode ser privado de direitos nem sofrer quaisquer restrições de ordem jurídica por conta de sua orientação sexual. O entendimento foi reafirmado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, ao reconhecer o direito de Edson Vander de Souza de receber pensão pela morte do companheiro, que era servidor público do estado de Minas Gerais, e com quem vivia em união estável homoafetiva.
O benefício, garantido em primeira instância, foi negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais em 2005. Os juízes mineiros decidiram que a Constituição de 1988 reconhecia apenas a união heterossexual como entidade familiar e que a concessão do benefício previdenciário a companheiro homossexual dependia da edição de lei específica. Como em Minas Gerais não havia lei a amparar a concessão de benefício previdenciário decorrente de relação homoafetiva, não haveria o direito à pensão.
Souza recorreu ao Supremo e o ministro Celso de Mello acolheu o recurso. Em sua decisão de 17 páginas, o decano do STF lembrou a recente decisão da Corte que equiparou as uniões estáveis homoafetivas às uniões entre casais convencionais e ressaltou que os homossexuais têm o direito de receber igual proteção das leis e do sistema judicial.
De acordo com o ministro, é “arbitrário e inaceitável qualquer estatuto que puna, que exclua, que discrimine, que fomente a intolerância, que estimule o desrespeito e que desiguale as pessoas em razão de sua orientação sexual”. Celso de Mello frisou que a decisão do Supremo eleva à categoria de entidade familiar as uniões estáveis homoafetivas.
“Isso significa que a qualificação da união estável entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar, desde que presentes, quanto a ela, os mesmos requisitos inerentes à união estável constituída por pessoas de gêneros distintos, representa o reconhecimento de que as conjugalidades homoafetivas, por repousarem a sua existência nos vínculos de solidariedade, de amor e de projetos de vida em comum, hão de merecer o integral amparo do Estado, que lhes deve dispensar, por tal razão, o mesmo tratamento atribuído às uniões estáveis heterossexuais”, registrou o ministro.
Para Celso de Mello, o reconhecimento da união homossexual como entidade familiar encontra suporte em princípios fundamentais como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade e da busca da felicidade. Na decisão, o ministro ressalta que o silêncio do Legislativo sobre o tema gera “um quadro de (inaceitável) submissão de grupos minoritários à vontade hegemônica da maioria”.
Rodrigo Haidar é correspondente da revista Consultor Jurídico em Brasília.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 26 de julho de 2011
Só eu acho que está na hora de darmos um basta nisso? Nós deveríamos pensar e nos unir seriamente nessa luta. As coisas não podem continuar do jeito que estão. E assusta saber que o Brasil é tão atrasado em relação a países de economia e desenvolvimento inferior nesse aspecto.
Ninguém percebe este problema, a Emissora Rede Globo monopoliza a Televisão brasileira, e isso é um dos grandes contribuintes para o lento crescimento nas conquistas LGBT. Como não há emissoras abertas que concorrem com a Globo, eles tem a liberdade de passar o que quiser. Cortam os gays em novelas e filmes, coisa que é comum em outros países como Argentina e EUA.
Outro grande problema é a bancada evangélica, que invés de ajudar em criações de leis nais quais beneficiam a população, fazem justamente o contrário, lutam para que os direitos LGBT não prossigam, e lutam com força maior que a maioria do povo LGBT.
Eu não consigo aceitar isso, e me dói verdadeiramente. Nós deveríamos fazer alguma coisa, mas não fazemos nada de fato, somos um número grande, mas continuamos em reclusão esperando que alguém faça algo que no fim ninguém irá fazer.
Evangélicos/cristãos fazem tudo em nome do “Deus” deles, e isso é tão engraçado, porque não fazemos nada. E isso me indigna muito. Nós assinamos petições, vamos em paradas gays… Para que? Até quando vamos ficar na defensiva?
Deveríamos atacar, sofrer os riscos, mostrar que temos voz. Eu me sinto tão solitário nessa luta. Todos se acovardem e eu não aguento mais isso. Não aguento mais ver vídeos, textos tentando ajudar, isso não está levando a nada.
Eu estou revoltado não só com os homofóbicos mas também com a própria comunidade gay. Estou revoltado por todos serem tão escrotos e tão ingênuos.
Burrice querer esperar mais 200 anos para conseguirmos igualdade. Burrice ter que morrer mais 1 milhão de gays/lésbicas/trans para os outros aprenderem.
Não estamos em condições de fugir. E se ninguém fazer nada legalmente, eu sei, pelas meus conceitos e minhas ideologias que eu vou fazer coisas ilegalmente. Eu vou atacar a mídia sem pena.
Não sou uma pessoa boa, as pessoas me fizeram assim. Se necessário matar, farei isto porque não aguento mais essa vida, e não faz diferença a morte entre continuar nessa merda. Porque eu acho que precisamos de pessoas assim neste momento, e me entristeço por não haver ninguém disposto a se arriscar comigo. Ninguém disposto a enfiar uma bala na cabeça do Bolsonaro e do Silas Malafaia. Não vejo justiça em gays e mais gays morrerem e eles ficarem felizes e impunes a isso.
É tão difícil entender isso? É tão difícil entender que nunca conseguiremos nada se não fazermos nada?
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